O direito de servir

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O dom de servir é muito maior e dá uma alegria que não termina.

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Multiplicando as riquezas

Continuamos a reflexão sobre o ensinamento do Papa Evangelii Gaudium (Alegria do Evangelho). Essa temática toca no coração do ensinamento de Jesus para o momento atual. Não é uma invenção do Papa, mas a iluminação da Palavra de Deus para a redenção de todos.

Na legislação do Antigo Testamento compreendemos o grande cuidado e carinho de Deus para que o acúmulo não prejudique a felicidade das pessoas e impeça que todos tenham vida. O modelo não é político, é Divino. Refletimos sobre o grave problema do consumismo que se torna a mola do mundo financeiro.

É uma máquina que envolve todos e toda estrutura social. Certamente que isso não muda com um estalar de dedos. O problema não é o consumo, como diz nosso Pastor, é a tirania que exerce.

A primeira consequência desta tirania é a formação de uma pequena classe que têm o bem estar e uma maioria que não. Não pensemos em nosso mundinho fechado. O mundo vai além de nossos muros.

Vivemos num paraíso em comparação com as imensas porções da humanidade que sofre. Junte-se a isso a corrupção, os juros, a ambição do poder com prejuízo para o meio ambiente, para as populações humildes, para as necessidades básicas do povo.

Lembramos aí a propaganda que torna o pobre mais pobre, pois é vítima desta tirania. A justiça social não empobrecerá os que possuem, pois o amor multiplica.

Governar a partir do homem


Temos visto como tudo gira em torno do deus Mamona (dinheiro). A política está voltada para o interesse pessoal, a estrutura eivada pela corrupção e o abuso do poder. Basta abrir os jornais que vemos essas situações bem expressas. Se não houvesse tanto desvio, o país teria condições de superar suas misérias.

Por que os cargos públicos são fonte de enriquecimento nem sempre lícito. Papa escreve: "Exorto-vos a uma solidariedade desinteressada e a um regresso da economia e das finanças a uma ética propícia ao ser humano" (58).

A desigualdade gera violência e fomenta as guerras, que são fruto da monstruosa venda de armas e lugar de experiências de novos meios de matar. Quando há uma guerra, quem sofre são as populações pobres, sobretudo as crianças. Sabemos que a corrida armamentista é um fruto deste mal.

O mal se avoluma e atinge os sistemas políticos e sociais "cristalizado nas estruturas injustas". O Papa afirma que "os mecanismos da economia atual promovem uma exacerbação do consumo, mas sabe-se que o consumismo desenfreado, aliado à desigualdade social é danoso para a sociedade".

Alguns reclamam de tocarmos nesses assuntos. Eles próprios são vítimas dessa situação. Esse assunto se refere em primeiro lugar ao primeiro mundo.

A alegria de servir

Nesse quadro complicado da economia (mais complicado ainda se soubermos analisar com mais profundidade), não precisamos de muito conhecimento e sabedoria para reverter a situação.

É bom lembrar que ninguém quer tirar nada de ninguém. Lembramos que Maria rezou: "Cumulou de bens os famintos e despediu os ricos de mãos vazias" (Lc 2,52-53). Essa poesia se move pela contraposição.

D. Helder Câmara (foi tão perseguido por essa raça de gente) diz que não precisamos reverter o quadro, mas todos sermom irmãos. O dom de servir é muito maior e dá uma alegria que não termina.

Jesus não precisou desse esquema. S. Francisco, o pobre, e tantos outros viveram essa verdade e são lembrados até hoje. Onde estão os donos do mundo passado que geraram essa situação? Nem seus nomes existem mais. Colocar-se a serviço do mundo é ser servido por Deus.

Pe. Luiz Carlos de Oliveira, C.Ss.R.,
www.a12.com