Reflexões sobre a Encíclica SPE SALVI |
Por: Pe. Elílio de Faria Matos Júnior
Vigário Paroquial da Paróquia Bom Pastor
Juiz de Fora, MG |
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Considerações iniciais
Bento XVI rompe um silêncio que já dura algumas décadas na Igreja. O Papa fala abertamente das realidades eternas e do autêntico fundamento da esperança cristã: o encontro com o Deus vivo que vem a nós em Cristo Jesus e nos promete a vida em plenitude em seu Reino. Tudo isso podemos constatar na segunda encíclica de seu pontificado, dedicada exatamente ao tema da esperança cristã e publicada na festa de Santo André, apóstolo (30/11/2007), com o título Spe salvi.
Quando digo que Bento XVI rompe um silêncio, não quero dizer que a Igreja tenha silenciado completamente os temas relativos aos bens eternos. O ensinamento oficial da Igreja sobre essa questão é claro e inequívoco, e a quem procura com sinceridade e na fonte a doutrina da Igreja, os ensinamentos de Cristo e dos Apóstolos se mostram com luz meridiana.
Recorde-se aqui o benemérito Catecismo da Igreja Católica, publicado em 1992 pelo saudoso João Paulo II. A Igreja permanece para sempre indefectível em sua missão de apresentar aos homens os bens divinos. O que quero dizer é que, na prática pastoral, colocou-se tanta coisa antes a acima do verdadeiro fundamento da esperança cristã, que o obnubilou aos olhos do grande público. Nas reuniões de Igreja quase não se fala em vida eterna. Certa vez ouvi de um conhecido que a Igreja Católica não ensinava a doutrina da vida após a morte, e essa teria sido uma das razões pelas quais ele a tinha deixado para encontrar no Espiritismo o que procurava.
Acontece que hoje, na Igreja, fala-se de tal modo de direitos humanos, de justiça social, de cuidado com o meio ambiente, de diálogo ecumênico e inter-religioso, de criação de um mundo melhor, de pastorais e estruturas eclesiais a serviço da transformação da sociedade, etc, que dá a impressão de que a mensagem de Jesus e da Igreja reduz-se apenas a um certo horizontalismo que, em última análise, coincidiria com a transformação social e política deste mundo, com a implantação da paz e da justiça social entre os homens. Em uma entrevista feita na França recentemente, a maioria dos entrevistados, católicos e acatólicos, declarou que a principal missão da Igreja é a de construir a paz e a justiça social. Como tantas pessoas puderam chegar a um tão grande mal-entendido?
Não quero absolutamente negar o valor das coisas acima apontadas, nem negar que à fé cristã autêntica pertence intrinsecamente o dever de trabalhar, com todas as forças, pelo melhoramento do mundo, pelas relações adequadas entre indivíduos e povos, mesmo sabendo que o sonho de um paraíso terrestre é equivocado. No entanto, não se pode olvidar, em nome do dever de buscar a paz e a justiça social, o fundamento da nossa esperança cristã.
É esse mesmo fundamento que há de dar vigor ao nosso trabalho, transformando o mundo e a vida a partir de dentro. Não se pode colocá-lo em segundo plano em nossa atividade pastoral. Não se o relega sem grave erro e mesmo traição ao Evangelho. E é disso que o Papa Bento XVI trata com maestria na carta encíclica Spe salvi, convidando-nos a ter clareza sobre a esperança que nos redime e traz a verdadeira libertação.
O que queremos? Qual a verdadeira esperança?
Bento XVI está consciente de que o que nós desejamos, do fundo do coração, é a vida plena, a vida feliz. A propósito, o Papa cita Agostinho, que, “na sua extensa carta sobre a oração, dirigida a Proba – uma viúva romana rica e mãe de três cônsules -, escreve: no fundo, queremos uma só coisa, 'a vida bem-aventurada', a vida que é simplesmente vida, pura 'felicidade'. No fim de contas, nada mais pedimos na oração. Só para ela caminhamos; só disto se trata” (n.11).
Entretanto, não sabemos exatamente em que consiste essa vida feliz. É alta demais para nós. Sozinhos temos a convicção de que não podemos atingi-la, embora estajamos impelidos a ela desde o profundo de nosso ser. Ela é, na verdade, conhecida e desconhecida ao mesmo tempo.
Aproximamo-nos dela quando nos dirigimos para além da temporalidade. Assim, essa vida feliz, nós a chamamos de vida eterna, não no sentido de que consista numa ilimitada e enfadonha sucessão dos dias do calendário – isso não seria desejável -, mas no sentido de que nos faz mergulhar no oceano do amor infinito e viver no único instante repleto de satisfação, sem possibilidade de perda. Significa sair da temporalidade para, de algum modo, abraçar a totalidade do ser e do bem (cf. n. 12). É essa vida que almejamos. Desejamos ser preenchidos pela plenitude do amor e da graça de modo irreversível. O que verdadeiramente queremos é a vida plena, e a verdadeira esperança é a de possuí-la um dia.
Quem nos dá a verdadeira esperança?
Ora, Bento XVI aponta para o Deus vivo, revelado por Cristo, como Aquele capaz de nos dar a esperança da vida eterna. “Chegar a conhecer Deus, o verdadeiro Deus: isto significa receber esperança” (n. 3). O Santo Padre apresenta a vida de Santa Josefina Bakhita, uma escrava africana canonizada por João Paulo II, como exemplo de alguém que encontrou a verdadeira esperança, a esperança almejada por todo homem, sem a qual a vida neste mundo se escraviza. Santa Bakhita, ainda escrava, encontrou-se com o Deus vivo, o Deus de Jesus Cristo, e, por isso, se sentiu verdadeiramente livre. O encontro com Deus significou a principal libertação, para além da libertação da escravatura. Bakhita assumiu a Deus como seu verdadeiro “Patrão”, um patrão que a amava de modo particular, que havia também enfrentado o sofrimento e que a aguardava e esperava. “Agora ela tinha 'esperança'; já não aquela pequena esperança de achar patrões menos cruéis, mas a grande esperança: eu sou definitivamente amada e aconteça o que acontecer, eu sou esperada por este Amor. Assim a minha vida é boa. Mediante o conhecimento desta esperança, ela estava 'redimida', já não se sentia escrava, mas uma livre filha de Deus”( n. 3).
Somente Deus, o Deus vivo, pode ser objeto de nossa esperança. Só ele dá a vida eterna, porque só ele a possui por si mesmo. Ele mesmo é a eterna beatitude que desejamos. Nossa salvação é a participação nesta vida plena e exuberante que ele nos promete em Jesus Cristo.
A pastoral da Igreja
Daí seguem várias consequências para a pastoral da Igreja. A Igreja não deve nunca descurar o anúncio do Deus vivo. Santa Bakhita, ao experimentar a libertação, não quis guardá-la só para si: “...a libertação recebida através do encontro com o Deus de Jesus Cristo, sentia que devia estendê-la, tinha de ser dada também a outros, ao maior número possível de pessoas. A esperança, que nascera para ela e a 'redimira', não podia guardá-la para si; esta esperança devia chegar a muitos, chegar a todos” (n. 3). A Igreja, de igual modo, não pode abafar essa “Boa-Nova”. A mensagem fundamental da Igreja não é de cunho político ou revolucionário, mas é a de proclamar que o Amor nos amou e nos aguarda para o encontro definitivo com ele.
Ainda sobre a pastoral da Igreja, vem a propósito uma belíssima intervenção do então Cardeal Ratzinger no Sínodo dos Bispos de 2001, pela qual foi entusiasticamente aplaudido. Entre outras coisas, disse ele: “A Igreja com frequência se ocupa demasiado de si mesma e não fala com força e alegria necessárias de Deus, de Jesus Cristo; enquanto o mundo não tem sede de conhecer nosso problemas internos, senão da mensagem que deu origem à Igreja: o fogo que Jesus Cristo trouxe à terra”. É que muitas vezes o anúncio explícito do Evangelho é comprometido por estruturas que se criam no interior da Igreja, estruturas que, em vez de servir a esse anúncio, deixam-no num segundo plano.
Ratzinger ainda censurou uma certa teologia reinocêntrica, muito presente na pastoral da Igreja hoje, segundo a qual o reino de Deus reduz-se a valores éticos universais e, no fim das contas, Jesus mesmo é colocado de lado, e o que sobra é um reino sem Deus: “...e ao final Jesus Cristo é substituído pela idéia dos 'valores do reino', que na realidade não tem um conteúdo preciso e se converte em uma esperança sem Deus, em uma esperança vazia”.
Essa teologia dita reinocêntrica, ao mesmo tempo em que diz com acerto que o fundamental é o reino de Deus, erra fragorosamente ao separar o reino da Igreja e, no fim das contas, como notou o então Cardeal Ratzinger, ao separar o reino do próprio Deus, dobrando o seu sentido numa direção prevalentemente horizontal e terrestre. Cumpre notar que o Reino de Deus anunciado por Jesus e presente no mundo pela ação do Espírito, embora não se restrinja às fronteiras visíveis da Igreja, tem uma relação intrínseca e misteriosa com ela, que, por vontade de Deus, é o “sacramento universal da salvação” (Lumen gentium , n. 48).
A essência do cristianismo – A sua mensagem é alienada?
Falando da essência da novidade anunciada pelo cristianismo nascente, diz Bento XVI: “O cristianismo não tinha trazido uma mensagem sócio-revolucionária semelhante à de Espártaco que tinha fracassado após lutas cruentas. Jesus não era Espártaco, não era um guerreiro em luta por uma libertação política, como Barrabás ou Bar-Kochba. Aquilo que Jesus – Ele mesmo morto na cruz – tinha trazido era algo de totalmente distinto: o encontro com o Senhor de todos os senhores, o encontro com o Deus vivo e, deste modo, o encontro com uma esperança que era mais forte do que os sofrimentos da escravatura e, por isso mesmo, transformava a partir de dentro a vida e o mundo” (n. 4).
A essência do cristianismo de todos os tempos consiste na mensagem trazida por Jesus, e não outra. Ele, como verdadeiro “filósofo” e “pastor” (cf. n. 6 e 8), trouxe-nos o Deus verdadeiro e a vida plena que consiste na comunhão com ele: “Jesus, que disse de Si mesmo ter vindo ao mundo para que tenhamos a vida e a tenhamos em plenitude, em abundância (cf. Jo 10,10), também nos explicou o que significa 'vida': 'A vida eterna consiste nisto: Que Te conheçam a Ti, por único Deus verdadeiro, e a Jesus Cristo, a Quem enviaste' (Jo 17,3). A vida, no verdadeiro sentido, não se possui em si próprio sozinho, nem mesmo por si só: aquela é uma relação. E a vida na sua totalidade é relação com Aquele que é a fonte da vida. Se estivermos em relação com Aquele que não morre, que é a própria Vida e o próprio Amor, então estamos na vida. Então, 'vivemos' (n. 27).
Mas isso não significa que o cristianismo seja portador de uma mensagem alienada, que deixa o mundo tal e qual o encontrou. A transformação do mundo em vista da paz e da justiça não é transcurada, mas é vista como parte intrínseca do nosso encontro com Deus. A verdadeira esperança dada por Deus não é apenas teórica, mas se entranha na vida daqueles que se deixam abraçar por ela e se torna fator de transformação da vida e do mundo a partir de dentro. “Ela atrai o futuro para dentro do presente, de modo que aquele já não é o puro 'ainda-não'. O facto que este futuro existir, muda o presente; o presente é tocado pela realidade futura, e assim as coisas futuras derramam-se naquelas presentes e as presentes nas futuras” (n. 7).
Ademais, uma transformação a partir de fora é insuficiente. O erro de Karl Marx foi exatamente ter pensado que impor estruturas sociais renovadas seria o suficiente para grantir uma sociedade renovada. Pensou que, uma vez estabelecidas as justas estruturas, ela funcionariam por si mesmas. Marx não levou em conta o coração do homem, que é sempre frágil, mutável e capaz do mal, e que, por isso mesmo, precisa constantemente se converter a partir de dentro: “Ele esqueceu que o homem permanece sempre homem. Esqueceu o homem e a sua liberdade. Esqueceu que a liberdade permanece sempre liberdade, inclusive para o mal. Pensava que, uma vez colocada em ordem a economia, tudo se arranjaria. O seu verdadeiro erro é o materialismo: de facto, o homem não é só o produto de condições económicas nem se pode curá-lo apenas do exterior criando condições económicas favoráveis” (n. 21).
Crítica da modernidade e convite à autocrítica do cristianismo moderno
Bento XVI faz, na Spe salvi, uma contundente crítica à modernidade na medida em que ela pretendeu criar um paraíso na terra – coisa impossível – e se alijou de Deus e dos princípios éticos que têm seu fundamento último em Deus.
O homem moderno pretendeu redimir-se a si mesmo pela idéia de progresso, que seria garantido a partir do uso de uma razão adulta e iluminada. A esperança cristã foi simplesmente desconsiderada como não condizente com a moderna estatura do homem, que, uma vez adulto, saberia empregar sua razão e liberdade para garantir um mundo cada vez melhor e cheio de realizações. Essa foi uma das causas de a fé cristã ter sido relegada a um certo individualismo nos últimos tempos. No âmbito da sociedade, a fé e a esperança cristã já não podiam ser luz, mas sim a razão autônoma e os seus ordenamentos científicos, tecnológicos e políticos. A fé seria apenas questão de consciência individual, o que não condiz com o caráter comunitário do cristianismo e da salvação que ele, em nome de Deus, propõe.
A razão moderna, com o seus sonhos e utopias, era portadora de um potencial verdadeiramente explosivo: as duas revoluções, na França e na Rússia, foram ambas animadas pelas idéia de que, em lugar do Reino de Deus, poderia-se instaurar o reino do homem.
Hoje, entretanto, todos conhecemos o resultado do “projeto moderno”. O progresso e as revoluções não instauraram o paraíso terrestre. Na verdade, o homem, com sua razão e liberdade, permanece sempre homem, isto é, um ser capaz tanto do bem quanto do mal. O erro fundamental da modernidade foi apostar demais no homem: ou confiou no homem como agente só do bem, como o fez a fé iluminista no progresso rumo ao melhor, ou achou que, instauradas as justas estruturas sociais, o homem se tornaria, como se fosse um mero produto das relações materiais, justo também, como o fez o marxismo.
Ora, o progresso é ambíguo: Adorno constatou muito bem que, visto sob certo ângulo, é o progresso da funda à superbomba. Equivale a dizer: o progresso pode trazer coisas boas como coisas más, e, isto é certo, nunca poderá instaurar o paraíso na terra.A tarefa, pois, de ordenar o mundo para o melhor é tarefa jamais concluída, e cada geração deve retomá-la (cf. n. 25).
Desse modo, o fundamento da esperança cristã não pode ser a instauração de um mundo perfeito aqui: “Visto que o homem permanece sempre livre e dado que a sua liberdade é também sempre frágil, não existirá jamais neste mundo o reino do bem definitivamente consolidado”(n. 24).
O cristianismo moderno é convidado pelo Santo Padre a exercer uma crítica de si mesmo: “É preciso que, na autocrítica da idade moderna, conflua também uma autocrítica do cristianismo moderno, que deve aprender sempre de novo a compreender-se a si mesmo a partir das próprias raízes” (n. 22).
Sim, o cristianismo moderno, muitas vezes, capitulou diante do “projeto moderno” de instaurar um “reino de Deus” sem Deus, um reino do homem. Basta mencionar a teologia protestante liberal do séc. XIX, que favoreceu uma interpretação secularizada do cristianismo. No âmbito da Igreja católica, quantas “teologias”, sobretudo nos anos pós-conciliares, têm reduzido o Reino de Deus àquela “idéia dos 'valores do reino', que na realidade não tem um conteúdo preciso e se converte em uma esperança sem Deus, em uma esperança vazia” (Cardeal Ratzinger)!
Não! É preciso que o cristianismo aprenda sempre a compreender-se a si mesmo a parir das próprias raízes. O fundamento da esperança cristã não é uma idéia de vagos “valores do reino”, mas, sim, uma Pessoa, Jesus Cristo, que quer nos alcançar através da sacramentalidade da sua Igreja. Ele nos proporciona o encontro com o Deus vivo.
Razão e fé
Bento XVI, ao criticar a razão moderna, não desaprova a razão em si mesma. Muito ao contrário. A Igreja sempre teve em alta conta a razão, e a considera um verdadeiro dom de Deus: “Sem dúvida, a razão é o grande dom de Deus ao homem, e a vitória da razão sobre a irracionalidade é também um objectivo da fé cristã” (n. 23).
No entanto, o Papa levanta uma questão: será que a razão domina verdadeiramente quando se separa de Deus? Com efeito, não. Sem Deus, que é o fundamento da realidade, o homem com sua razão perde a esperança, como vimos. Sem Deus, que é o Bem no qual se fundamenta em última análise a ética, a razão reduz-se ao domínio do poder e do fazer com todas as suas ambiguidades.
Para que a razão seja verdadeiramente ela mesma, é preciso que se abra às forças salvíficas da fé. O homem, para ser verdadeiramente homem, precisa de Deus. E para que Deus entre de fato nas realidades, não pode ser apenas pensado; é preciso que Ele mesmo venha ao nosso encontro e nos fale. E se abrirmos nossa razão à Palavra que Deus nos dirige (Jesus Cristo), então Deus terá entrado de fato em nossa realidade para nos redimir. Desse modo a razão precisa da fé, porque, do contrário, teríamos, no máximo, um Deus pensado, o que não basta. Ao Deus que se nos dirige, deve-se a resposta da fé. Mas a fé precisa também da razão, porque Deus fala a seres racionais, que somos nós, e é a partir do exercício da razão que podemos dar conta da razoabilidade da fé, que salva a própria razão do fechamento e da perdição.
Conclusão
Não quis neste breve texto tratar de todas as questões levantadas pela encíclica Spe salvi. Não toquei, por exemplo, nos “'lugares' de aprendizagem e de exercício da esperança”, que mereceriam também reflexão. Apenas, quis compartilhar o que me pareceu importante para a atual situação do cristianismo e da Igreja católica. Muito me preocupa certa mentalidade que está bem presente em muitos homens de Igreja, mentalidade que, por querer um vago “reino de Deus” sem Deus, deixa encoberto o fundamento de nossa esperança cristã, que é Deus mesmo, e não outra coisa.
A encíclica papal tocou nesta questão, graças a Deus, e convidou o cristianismo moderno a fazer uma autocrítica. Bento XVI revela mais uma vez que seu pontificado pode ser entendido à luz da afirmação do primado de Deus. Com efeito, não podemos empanar a verdade que animou os Apóstolos e todos os autênticos cristãos ao longo dos séculos: “Chegar a conhecer Deus, o verdadeiro Deus: isto significa receber esperança” (n. 3).
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