Com a celebração da Quarta-feira de Cinzas, iniciamos a caminhada quaresmal, preparando a grande festa da Páscoa do Senhor. Devemos iniciar fazendo gestos bem concretos, como o jejum e a penitência pela imposição das cinzas, sinais que nos indicam que devemos, neste tempo, nos abrir para Deus e para os irmãos.

Celebramos neste dia o mistério do Deus misericordioso, que acolhe a nossa penitência e a nossa reconciliação pela conversão, que consiste em crer no Evangelho, ser discípulo de Cristo e entrar no caminho pascal de Jesus.

É também na Quarta-feira de Cinzas que começamos a Campanha da Fraternidade cujo tema elegido pela CNBB é “Fraternidade e Saúde Pública” que se desenvolve sob o lema tirado de Eclesiástico 38,8: “Que a saúde se difunda sobre a terra.”

Somos 190 milhões de brasileiros, distribuídos em 5.565 municípios, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. Em pelo menos 20% desses municípios não há médicos ou o atendimento hospitalar é precário. Esses números não deixam dúvidas: para milhares de brasileiros, o Sistema Único de Saude é a única saída em busca da saude e do bem-estar.

O tema envolvendo a saude já havia sido discutido em campanhas anteriores. Em 1981, foi “Saúde e Fraternidade”; em 1984, foi “Fraternidade e Vida”. Entretanto, a necessidade crescente da maioria absoluta da população brasileira – pobre ou vivendo em situação de risco e da classe média, que também busca no SUS procedimentos de alta complexidade e fornecimento de medicamentos caros – levou a CNBB, novamente, a promover uma discussão sobre a saúde no Brasil e as políticas em torno da área; desta vez, com o objetivo de consolidar o SUS e buscar soluções para o acesso da população aos serviços públicos.

É preciso que todos nós, cristãos, reflitamos sobre o problema e emprestemos nossas ações no sentido de sanar os grandes dramas da saúde pública em nosso país.