Colunas
 
A paz esteja com vocês!
Por: DOM EURICO DOS SANTOS VELOSO
ARCEBISPO EMÉRITO DE JUIZ DE FORA, MG.
 
Leia os outros artigos
 
Para enviar esse texto automaticamente no FACEBOOK, clique no botão abaixo:
Você tem muitos amigos e envia e-mails para todos? Então você pode enviar esse artigo para todos seus amigos de uma única vez, basta copiar a url abaixo e colar em seu e-mail.
Para enviar manualmente, copie CTRL C o código acima e cole CTRL V no mural ou mensagens de e-mails dos seus amigos:
Leia os outros artigos
 

A festa da Páscoa da Ressurreição é a mais importante da Igreja. Não são dedicados apenas cinquenta dias para sua celebração – do domingo da Ressurreição até Pentecostes. Além disso, os oito primeiros dias são como se fosse o primeiro. É a oitava da Páscoa. A novidade, a grande notícia, continua sendo a mesma: Jesus ressuscitou.

Se, no domingo de Páscoa são as mulheres que recebem a notícia, agora são os homens, um grupo de apóstolos e discípulos, os que têm a experiência de se reencontrar com Jesus ressuscitado. Na realidade, todos esses encontros com o Ressuscitado servem, basicamente, para confirmá-los em tudo aquilo que haviam vivido com Jesus ao longo do tempo que se seguiu até a sua morte na cruz.

Durante aqueles anos, Jesus lhes havia ensinado muitas coisas. Havia lhes falado do Reino e de Deus, a quem chamava de Abá, seu papai. Diante da imagem de um Deus arrogante e vingativo, justiceiro e castigador, Jesus lhes havia falado de um Deus Pai de misericórdia e amor, que deseja a felicidade e a liberdade, na fraternidade de todos os seus filhos e filhas. Haviam visto como se aproximava de todos e com todos falava e tinha um carinho especial com os mais necessitados, os oprimidos, os abandonados. Havia falado da justiça e de compartilhar os bens da terra. Havia comido com eles muitas vezes e lhes havia ensinado que mais vale servir e amar do que dominar, possuir e controlar. Havia lhes prometido o Reino, mas também lhes havia dito que o Reino estava dentro de cada um deles.

Tudo isso se confirma em suas aparições. Se a ressurreição podia ser vista como um sinal do poder ilimitado de Deus, quando Jesus se apresenta a seus discípulos, seu primeiro gesto é desejar-lhes paz: “A paz esteja com vocês!”. A presença de Jesus não inquieta, não destrói, não oprime, mas é portadora de paz – paz para os corações e paz para todos. Os que haviam visto como a violência do ódio, da vingança e da morte destruía – e parecia que para sempre – a vida e o sonho de Jesus, veem agora como a força de Deus é capaz de criar Vida e Paz para além da morte que nós criamos.

Não é um sonho, como faz ver a Tomé na segunda aparição. É o mesmo Jesus que ele conheceu e que morreu na cruz. Tampouco era um sonho sua mensagem. Nem era um sonho sua forma de falar de Deus. Diante de nós, se abre um futuro de esperança porque, como diz a leitura do Apocalipse, “aquele que vive” está vivo no meio de nós e nos convida a seguir o caminho da vida, da verdadeira vida, da vida plena.

 
 
xm732