Deus seja louvado pelos grandes recursos pedagógicos que as ciências modernas tem colocado à disposição da formação. O novo ser humano, o jovem, e mesmo o adulto, precisam evitar a atrofia de sua personalidade, ser levados ao desenvolvimento de seu “eu”, e assim alcançar a maturidade.
A psicologia, a didática e a pedagogia são ciências educativas que gozam de autonomia. Não precisam prestar vassalagem nem à filosofia, nem à teologia.
No entanto, só considero legítimas as ciências pedagógicas que permitem uma educação integral, inclusos os valores e atitudes, o sentido derradeiro da vida e até o transcendental. Isso é, elas devem admitir espaço para a graça divina.
A formação humana é um dos grandes campos onde deve atuar a salvação de Cristo. “Vós me chamais de Mestre e Senhor. E eu o sou” (Jo 13, 13).
Santo Irineu (ano 150 d. C.) dizia que aquela realidade humana (família, economia, educação) que não recebe a salvação de Jesus Cristo, ainda não está redimida. Não está dentro de suas possibilidades.
Malgrado, certas pedagogias são fechadas à salvação do Redentor. Para elas Jesus nasceu em vão, e não tem nada a dizer à humanidade. Entretanto Jesus falou: “Sem mim nada podeis fazer” (Jo 15, 5).
É justamente na educação que sentimos as limitações da sabedoria humana. Os filhos de Deus tem facetas maravilhosas. Mas também constantemente aparecem os defeitos, a indisposição de conviver com o semelhante, o ódio contra os inimigos, o desejo de aderir às banalidades, a recusa de olhar para além do horizonte.
Nenhuma ciência educativa consegue transpor o limiar do coração, a não ser Cristo, que se encarnou por nós.
Muitos educadores sustentam a convicção de que, apenas por esforço próprio, com técnicas e bons métodos, podem ser superadas todas essas dificuldades.
Isso é pelagianismo. Santo Agostinho, há mais de 1.500 anos desmascarou esse equívoco. Ser pelagiano é dizer que a nossa natureza decaída não tem necessidade de ajuda externa (Deus). Mas ser cristão é crer que o Criador tem interesse por nós. Por isso nos acompanha como boa mãe.
As novas gerações, além de usar as ciências educativas, devem aprender a oração sincera, a prática dos sacramentos, o amor ao semelhante, a admiração mais profunda pela pessoa de Jesus. Uma educação, para ser boa, deve ser integral: deve lançar mão de todos os recursos humanos legítimos, mas também fazer crescer o encontro com aquele que disse “Eu sou o caminho” (Jo 14, 6).
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