Colunas
 
Novo ideal de santidade
Por: DOM ALOÍSIO ROQUE OPPERMANN
SCJ ARCEBISPO DE UBERABA, MG
 
Leia os outros artigos
 

Pudemos conhecer, pela sua beatificação, o martírio generoso da jovem Albertina, leiga catarinense muito simpática, morta por defender a sua castidade (e a honra da mulher).

Os nossos olhos contemplaram a morte santa do Pe. Manoel Gonzáles, exemplar sacerdote provindo da Espanha, e do seu coroinha Adílio - já entrado nos seus 16 anos -  ambos mártires da fé católica. E agora nos deparamos com a Irmã Lindalva, tombada em Salvador por honrar seu voto de castidade, proferido por amor a Cristo.

Com esses exemplos, muito nossos, vemos que o fascínio em dar a vida por Jesus está longe de ter acabado. “Quem perde a sua vida por causa de mim, esse a salvará” (Lc 9, 24).   Portanto, a afirmação do incréu zombador, que fez um cálculo de gabinete, sentenciando que não existiam mais de 50 católicos no mundo, capazes de dar a sua vida pela fé, padece de erro de observação.

Em que pese o caminho perpétuo da santidade, que é o martírio, e não obstante a beleza da vida consagrada, que ainda é celeiro seguro de perfeição cristã, surge, sempre com mais força, um terceiro caminho.

É o caminho espinhoso da caridade, expressado na ação missionária. Querer ser evangelizador, estando sempre disponível para ajudar ao semelhante, na sua busca pelo encontro com Cristo, não é uma proposta nova. Jesus já havia garantido a recompensa aos que propõem a salvação ao seu semelhante: “Fiquem alegres porque os nomes de vocês estão escritos nos céus” (Lc 10, 20).

Sem abandonar as pastorais de conservação da fé, nas Paróquias, é preciso lançar-se à evangelização. Esta pode se realizar nos meios de comunicação; nas horas de dor do próximo; nos hospitais; na educação escolar; nos grupos de reflexão bíblica; na pastoral da juventude; nas visitas domiciliares; nos momentos de injustiças contra os mais fracos...E aqui aparecem duas conclusões.

A primeira é que daqui para frente essa saída do templo, e a ida para o vasto mundo, se tornará sempre mais a atividade primordial da Igreja. A segunda é que essa atividade vai ser administrada principalmente pelos leigos, encorajados pelos Padres.



 
 
xm732