"Assim como o Pai me enviou, eu também vos envio”.
Prezados Bispos aqui presentes, membros do Colégio Apostólico,
Queridos Padres desta arquidiocese, e de outras Igrejas Particulares,
Queridos Diáconos Permanentes, membros oficiais da Igreja,
Amadas Religiosas e Consagradas, figuras da esposa de Cristo,
Representantes Leigos das nossas Paróquias,
Membros da comitiva da Diocese de Jacarezinho,
Amados seminaristas e aspirantes à vida religiosa,
Estimados familiares, parentes e amigos do Ordenando,
Povo fiel das nossas Comunidades
Leigos e Leigas , que sustentam a caminhada da Igreja,
Muito estimado Mons.Antonio Braz Benevente.
1 – Hoje é um grande dia para a Igreja Católica, para a Diocese de Jacarezinho, e em particular para a arquidiocese de Uberaba, pois um dos seus filhos será revestido das funções do episcopado, no seu terceiro grau do sacramento da Ordem. Sua indicação foi aprovada e confirmada pelo Santo Padre o Papa Bento XVI. Nas suas funções eclesiásticas o eleito passou por todos os estágios de serviços em nossa Igreja, destacando-se seu permanente serviço ao povo católico, nas lides paroquiais, e sua atuação, junto com os demais Padres, na organização pastoral de tudo aquilo que leva a salvação de Cristo aos fiéis. Consideramos sua eleição uma grande graça para a Igreja. Esta celebração é o momento de incluirmos uma ardente ação de graças ao Pai, por ter concedido ao seu povo os benefícios do serviço episcopal. Hoje é dia de compreender melhor o grande papel que cabe ao Bispo na condução do Povo de Deus, e de avaliarmos as suas ingentes tarefas, recebidas por disposição divina. Para entendermos o sentido do múnus episcopal, devemos atentar para as três grandes colunas que sustentam todo esse edifício, que foi objeto das atenções especiais de Jesus.
2 – Antes de tudo devemos nos voltar para a pessoa de Cristo, sem o qual o múnus do Bispo seria vazio, e sem conteúdo mais profundo. Cristo é o grande enviado do Pai. Nele o Pai nos escolheu para sermos seus filhos adotivos. Nele devem ser restauradas todas as coisas. Foi Ele que na terra inaugurou o Reino dos céus. Por seu intermédio o Pai realizou a redenção de toda a humanidade.”Assim como o Pai me enviou, eu também vos envio”. O Apóstolo não é o intermediário entre o povo e Deus, mas o representante de Cristo, que é o Pastor verdadeiro e único. Ele quis que os Bispos, sucessores dos Apóstolos, fossem na sua Igreja, pastores até a consumação dos séculos. “Sereis minhas testemunhas até os confins da terra”. Mas a pedra angular do edifício continua sendo, para sempre, o próprio Cristo Jesus.
3 – A segunda coluna, sobre a qual repousa o episcopado, é a Igreja, esse povo santo, constituído como uma comunidade de salvação. A Igreja é o povo eleito daqueles que crêem no Cristo Salvador. Esse povo messiânico é para todo o gênero humano germe de unidade, esperança e salvação. Pela sua vida de fé torna-se instrumento de redenção para todos. Esse povo é enviado ao mundo inteiro como luz do mundo e sal da terra. Cristo Senhor, o Pontífice supremo, fez desse povo um reino de sacerdotes, através do batismo, e os enviou para testemunhar a verdade. Assim tornou todo esse povo um povo sacerdotal. Mas Jesus deixou também, numa manifestação explícita, o sacerdócio ministerial. Na pessoa dos apóstolos concedeu-lhes um poder sagrado, para formar e reger o povo sacerdotal. Escolheu os que quis e os enviou para santificar e governar esse povo. Os Apóstolos cuidaram para instituir sucessores, na pessoa dos Bispos. Estes, para poderem cumprir o mandato do Senhor, instituíram os Diáconos, e sobretudo os Presbíteros como seus auxiliares no ministério. O lugar principal, a serviço do povo sacerdotal, é ocupado pelo múnus daqueles que, constituídos no episcopado, conservam a semente apostólica por uma sucessão. Os Bispos, portanto, com seus auxiliares presbíteros e diáconos, receberam do Senhor o encargo de servir a comunidade, e abrir espaços para os carismas dos Leigos. Presidindo em seu lugar, ao rebanho do qual são pastores, como mestres da doutrina, sacerdotes do culto sagrado e ministros do governo.
4 – A terceira coluna, insubstituível do episcopado, é o Espírito Santo, enviado para santificar perenemente a Igreja. É Ele que faz com que os fiéis se possam aproximar do Pai, por Cristo. Ele é o Espírito que dá vida que jorra para a eternidade. O Espírito habita na Igreja e no coração dos fiéis, como num templo. Unifica-a nos ministérios. Dirige o povo eleito mediante os dons carismáticos, mas sobretudo pelos dons do serviço hierárquico, visivelmente exercido pelos Bispos. É o Deus da unidade, a serviço do povo sacerdotal. Faz com que os sucessores dos apóstolos sejam testemunhas da ressurreição de Jesus, e das verdades da salvação, até os confins da terra; levem a reconciliação ao mundo pelo sangue precioso de Jesus; transmitam a herança celeste a todos os povos; ponham a mesa sagrada do Corpo e do Sangue de Jesus, para que todos dele se alimentem; ministrem o batismo e a penitência para todos serem lavados de seus pecados; sejam elo de união e colunas de sustentação do edifício do Senhor. O Bispo tem a sua força provinda do Espírito Santo, e é a razão do seu ministério.
5 – Querido Dom Antonio Braz Benevente – permita que já o chame assim - todos estamos unidos em oração pela eficácia do seu ministério episcopal. Lembramo-nos do pedido de Salomão, antes de iniciar o seu trabalho. Não pediu a Deus riqueza, nem vida longa, nem vitória contra seus inimigos. Mas pediu simplesmente lhe fosse concedida sabedoria, para bem reger Israel. É o que queremos pedir neste instante. Que o Espírito Divino lhe conceda em abundância esse dom precioso: ser um Bispo sábio, prático, e justo diante do seu clero e do seu povo. Mas queremos pedir mais do que sabedoria. Imitamos os pedidos dos salmos, onde o salmista pede que “o trabalho de nossas mãos dê muitos frutos”. Queremos solicitar ao Senhor que dê bons resultados aos seus esforços pela pastoral, pela unidade do povo, pelas vocações sacerdotais e religiosas,
Querido filho desta arquidiocese, Serás agora constituído sumo sacerdote da Igreja. Participarás em abundância do sacerdócio de Cristo, que é o verdadeiro Bispo de nossas almas. Farás parte do Colégio Episcopal que, sob a coordenação do Romano Pontífice, velará pelos fiéis do mundo inteiro. Mas terás uma atenção especial voltada para a santidade do povo de tua Diocese, que te foi confiado de modo particular. Velarás para que este povo, do qual serás constituído Pastor, cresça em santidade, tenha o alimento da Palavra Sagrada, e possa ser conduzido para a sua perpétua missão de levar a salvação de Cristo. Pedimos ao Pai Celeste, dono da Igreja, que não te falte a colaboração do clero e dos fiéis leigos. Que teus passos sejam semeadores de paz e de união. Que tua voz seja ouvida. Que todos se lembrem diariamente de ti nas suas orações, para que as forças do mal não prevaleçam jamais. Que Maria Santíssima, mãe de Jesus e mãe da Igreja, te cubra com seu manto protetor. Que a Rainha dos Apóstolos te inspire e encoraje, nas horas boas e nas horas difíceis do exercício do ministério apostólico. Que possas em qualquer momento ouvir a Palavra definitiva de Jesus, que dizia a São Paulo: “Não tenhas medo, pois eu estou contigo. Ninguém te fará mal. Tenho nesta cidade um povo numeroso que me pertence” ( At 18, 9-10). Que a graça do Senhor Jesus esteja para sempre contigo. Amém.
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