Liturgia Dominical
Solenidade da Imaculada Conceição - A
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"Com grande alegria rejubilo-me no Senhor, pois Ele a revestiu de justiça e salvação, como a noiva ornada com jóias. Alegremo-nos com ela todos nós que nos reunimos para celebrar sua solenidade"

Meus queridos Irmãos,

Celebramos hoje um dia muito especial: há mais de 150 anos o Papa Pio IX decretava, por sua bula “Ineffabilis Deus” o dogma da IMACULADA CONCEIÇÃO. Isso quer significar que Maria não conheceu o pecado original, para que fosse digna de ser a Mãe do Filho de Deus. Uma festa que não é meramente mariológica, mas, também escatológica e eclesiológica, no sentido de que Maria antecipa, assim, o estado de inocência ao qual todos somos chamados, conforme nos adverte a segunda leitura. Maria é a primícia da Igreja, que, como ela, deve realizar a figura da “esposa sem ruga nem mancha” do esposo escatológico – embora seus membros, na atualidade terrestre, não sejam bem assim.

Celebramos a única exceção dos viventes: MARIA É A EXCEÇÃO DA PARTICIPAÇÃO UNIVERSAL DO PECADO, que reina desde o pecado de Adão, “o pecado fundante”, ou seja, o pecado original. Em Maria e Nela, bem como em sua prole, a Igreja viu a plenitude daquilo que está prefigurado na primeira Leitura de Gn 3,9-15: a mulher e sua descendência, pisando aos pés a cabeça da serpente, encarnação da tentação pecaminosa. Assim, Maria é a nova Eva, conforme a exegese alegórica dos Santos Padres: “Ave, Eva”.

Irmãos caríssimos,

Três dimensões devem tomar conta de nossa reflexão neste dia memorável: 1. Maria é concebida imaculada, concebeu virgem e viveu cheia de graça. 2. Maria é a primeira das criaturas redimidas por Cristo. 3. Maria Imaculada, Mãe do Redentor.

1. Celebramos Maria a Imaculada, a Senhora Virgem que concebeu sem conhecer homem e sem ser contaminada pelo pecado original. Assim rezamos com fé: “Ó Maria, concebida sem pecado original, rogai por nós, que recorremos a vós!” Maria foi preservada de qualquer mancha de pecado, em vista de seu Filho Jesus. Maria, por conseguinte, tornou-se a primeira criatura humana a ser redimida por Jesus, antes mesmo que fosse concebida, em vista de seu futuro papel de Mãe de Deus.

2. Não era possível que a Mãe do Filho de Deus fosse manchada com o pecado original, ainda que por instantes, de alguma sombra de pecado. Em vista de sua Maternidade, Maria foi redimida, a primeira de todas as criaturas humanas a ser redimida por Cristo. Por isso Nossa Senhora, no primeiro instante de sua concepção, por singular graça e privilégio de Deus onipotente, em vista dos méritos de Jesus Cristo, Salvador do gênero humano, foi preservada imune de toda a mancha do pecado original, foi revelada por Deus e por isso deve ser crida firmemente e inviolavelmente por todos os fiéis, proclamou o Papa Pio IX.

3. Com o saudoso Papa João Paulo II proclamemos a fé da Igreja: “Ó Maria, desde o primeiro instante da existência, foste preservada do pecado original, em virtude dos méritos de Jesus, de quem deverias tornar-te a mãe. Sobre ti o pecado e a morte não tiveram poder. Desde o momento mesmo em que foste concebida, gozaste do singular privilégio de ser repleta de graça do teu Filho bendito, para seres santa como Ele é santo. Por isto o mensageiro celeste, enviado para te anunciar o desígnio divino, dirigiu-se a ti, saudando-te: Alegra-te, cheia de graça. Sim, ó Maria, tu és cheia de graça, a Imaculada Conceição”.

Caros fiéis,

A Primeira Leitura desta solenidade nos fala da vitória sobre a serpente(cf. Gn 3,9-15.20). Deus quer oferecer ao homem a sua amizade, mas o homem prefere estar cheio de sua auto-suficiência: a história do pecado de Adão. Mas, ao mesmo tempo que ele toma conhecimento de sua desgraça, a promessa de que ele calcará aos pés a serpente sedutora aparece-lhe como sinal de restauração da amizade com Deus.

A Segunda Leitura(cf. Ef. 1,3-6.11-12) nos apresenta o plano de Deus para com os homens, destinados a serem imaculados. O começo da carta aos Efésios resume todo o agir de Deus na palavra “bênção”. Deus é sempre; seu amor para conosco, também, desde a eternidade. E Deus é, ao mesmo tempo, a nossa meta. Mas não a podemos alcançar por nossas próprias forças. Aí intervem a graça de Deus, dando-nos Cristo como Salvador e Cabeça; por Ele também, nosso pecado é apagado.

Irmãos fiéis,

O Evangelho de hoje é o Evangelho da graça que olhou para a humildade de sua Serva Maria(cf. Lc. 1,26-38). Nossa Senhora conclui e supera toda a série de eleitos de Deus, como Abraão, Davi. Maria é a plenitude de Jerusalém, em que o amor de predileção de Deus se plenifica. A mensagem a Maria, a respeito de Jesus, supera aquela a Zacarias, a respeito de João. Jesus é filho da Virgem, mas também presente de Deus à humanidade. Maria nos coloca no âmago do sentido de celebrar o Natal de seu Filho: “Faça-se em mim segundo a tua palavra”.

Irmãos caríssimos,

Maria, isenta do pecado, assim como seu Filho não se livrou da suas conseqüências. Em tudo semelhante ao seu Filho, também foi totalmente igual a todas as mulheres nas alegrias e nos sofrimentos. Mas, tem o seu ser e toda a sua atenção postos em Deus. Abriu-se, como serva, o seu coração na anunciação do anjo, quando deixou-se impregnar na sua corporeidade do próprio Deus. Acompanhou- o nas Bodas de Caná, quando intercedeu pelos noivos, deixou-se quase ofender-se por Ele, quando num supremo elogio, a chamou de bem-aventurada porque cumpridora da Palavra de Deus, ofereceu-o na cruz, consciente da sua participação e mediação para o retorno da  humanidade a Deus. Por isso, também foi glorificada e exaltada aos céus onde está junto ao seu Filho.

Cercados de todos os perigos, sempre o Povo de Deus, confiou em Maria. Desde os primórdios da Igreja, pedia a sua proteção invocando-a, colocando-se sob a sua proteção em todas as dificuldades, confessando-a Virgem gloriosa e bendita.

Assim, há 159 anos, quando a impiedade atacava a Igreja, sequer respeitando o Pontífice Máximo, negando as verdades da fé, Pio IX , reafirmando que Maria é a salvação do Povo, proclamou o que sempre toda a Igreja confessou, que, no plano salvífico de Deus, Maria fora preservada de toda a mancha do pecado. Era a Imaculada Conceição.

Estimados irmãos,

O tema da Imaculada é central no tempo do Advento em que celebramos, que se prepara para reviver o “mistério da Redenção” em acontecimentos nos quais a graça irrompe superabundantemente. A Encarnação do Verbo, a exultação do Precursor no seio materno, o “Magnificat”, o “Glória!” dos anjos, a alegria dos pastores, a luz dos magos, a consolação de Simeão e Ana, a teofania no Jordão antecipam os sinais dos tempos novos. A liturgia torna presente no meio da nossa assembléia a força que preservou a Virgem do pecado. De fato, celebra, na Eucaristia, o mesmo mistério da redenção, cujos benefícios Maria foi a primeira a gozar e do qual nós participamos, segundo nossa fraqueza e nossas forças.

A Imaculada pode ser considerada como Maria do Advento, pois o Senhor vem para restaurar os seres humanos, assemelhando-os mais e mais ao ser humano ideado por Deus, realizado plenamente em Maria.
Assim rezemos: “Oh, Maria Concebida sem pecado, rogai por nós que recorremos a vós!”. Amém!

 
 

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